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terça-feira, 13 de julho de 2010

Nova Zelândia produz o mel mais poderoso do planeta


Da flor chamada manuka, as abelhas retiram a substância que reforça o poder do mel. Estudos da Universidade da Nova Zelândia comprovaram que ele tem poder antibacteriano.

Francisco José
Estamos no Pacífico Sul, na Nova Zelândia: um país tão pequeno e tão grandioso. Vulcões, lagos azuis e montanhas nevadas guardam tesouros da natureza.

Deste lado do mundo, nasce uma flor muito especial: a manuka. Por detrás da aparência delicada, está a força da natureza. Dessa flor, as abelhas da Nova Zelândia retiram uma substância que reforça o poder do mel. No país, os pesquisadores já batizaram de "fator manuka".

Para chegar perto das caixas que guardam o mel mais poderoso da Terra, é preciso usar uma roupa especial, que nos protege até a cabeça e as mãos. Nós vamos a um apiário a 70 quilômetros da cidade de Auckland.

Essas abelhas trazem para a colmeia essência de pólen extraída da flor de manuka. Estudos da Universidade da Nova Zelândia comprovaram que o mel produzido no país tem ainda mais poder antibacteriano.
Fomos conhecer o aposentado Claude Stratford que, aos 99 anos, usa o mel de manuka diariamente. Ele também come o pólen, riquíssimo em vitaminas e minerais importantes para a saúde, logo pela manhã.
Ele nos conta que, quando criança, teve raquitismo e que os médicos disseram que ele não sobreviveria. O raquitismo é provocado pela falta de vitamina D no organismo. Sem vitamina D, a absorção de cálcio também cai e o desenvolvimento da criança é prejudicado.

Agora, quase centenário, ele atribui ao pólen de abelha a vida longa e saudável. Bill Bracks é amigo do Claude e usa o mel de manuka até sobre a ferida que tem no braço. O curativo é como um emplastro. Segundo ele, a cicatrização é ainda mais rápida. Bill conta também que não há nada melhor para dor de garganta.
Os recursos naturais são preciosos para o povo maori, os nativos da Nova Zelândia. Charles Royal é nosso guia e conhece as tradições. Cada folha que ele encontra na floresta tem um sentido, tem uma utilidade medicinal. É isso que ele explica em uma área de imensa floresta do país.

Uma folha conhecida como kava-kava tem por toda a floresta. Segundo ele, faz bem para o coração, afina o sangue e funciona como um tônico em forma de chá. No Brasil, a kava-kava é vendida em cápsulas e é usada como ansiolítico, para tratamento de ansiedade e insônia. Mas, em excesso, Charles alerta que pode causar problemas no fígado.

A planta também é usada como cicatrizante. Assim como o mel de manuka, eles colocam a folha de kava-kava diretamente sobre o ferimento.

Para Charles, a floresta é uma grande farmácia. Charles coleta tudo o que precisa não só para tratar, como também para prevenir problemas de saúde. Ele costuma ir toda semana à floresta e já está acostumado a andar pelo local.
Para quem estuda ervas medicinais e anda pela floresta na Nova Zelândia, não há nenhum risco com animais, porque no país não tem cobra venenosa, não tem urso, não tem nenhum animal que possa oferecer risco às pessoas que andam pela mata. Bem diferente do país vizinho, a Austrália, que tem talvez os animais mais peçonhentos, mais perigosos do planeta.
Charles conhece bem as trilhas. Na Amazônia, é comum tirar um cipó e encontrar água. Na Nova Zelândia, também. O guia maori mostra que um cipó muito pequeno é úmido e tem água também. Ele é suficiente para matar a sede.

Assim, para quem tem os olhos treinados é até fácil encontrar as ervas medicinais entre as árvores. Charles prepara muitas receitas com piko-piko. Uma delas é feita com cogumelos. Alguns já estão secos, mas basta colocá-los na água para ficarem no ponto novamente.

Charles nos convidou para experimentar uma receita que ele faz com uma mistura de cogumelos, salsichas e as ervas que encontramos na mata. Para acompanhar, chá de kava-kava, pão com piko-piko e biscoitos. É possível aproveitar essas ervas em muitos pratos, da mesma forma que estamos acostumados a usar alecrim, erva-doce, capim limão e tantas outras ervas conhecidas no Brasil e em várias partes do mundo.

Fonte: GLOBO

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