Pesquisa personalizada

terça-feira, 21 de julho de 2009

Evento de Ciência e Tecnologia de Alimentos

I Encontro Regional de Ciência e Tecnologia de Alimentos

Dia Mundial da Alimentação

Alimentos e Meio Ambiente

Data: 14 de Outubro d
e 2009 Horário: 9h - 17h

Local: Salão Nobre do Centro de Tecnologia – CT/ UFRJ

Endereço: Cidade Universitária - Centro de Tecnologia – Bloco A – 2º andar, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro

No dia 16 de outubro comemora-se, em todo o mundo, o Dia Mundial da Alimentação. Este dia comemora a criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), e seu objetivo é conscientizar a humanidade sobre a difícil situação da população carente, que passam fome ou estão desnutridas, além de promover a participação da sociedade na luta contra este quadro social. Aproveitando a data, é importante refletirmos sobre a relação atual entre o meio ambiente e situação alimentar no mundo e, especialmente, no Brasil. A preservação do meio ambiente possui relação direta com a produção de alimentos. Devemos buscar por ações preventivas desenvolvidas em prol do meio ambiente, integrando homem e natureza.



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Condições de Resumos e Pôster

Áreas de inscrição: Nutrição, Ciência e Tecnologia, Química, Microbiologia, Bioquímica, Segurança Alimentar, Logística e Análise de Alimentos.

Conteúdo do Resumo: Título do trabalho, Autores, Instituição de origem. O texto deve incluir objetivos, resultados experimentais, conclusões e órgãos financiadores.

Formatação do Resumo: Editor de texto WORD para windows em extensão PDF, Língua portuguesa, máximo 300 palavras, letra ARIAL 11. Título em letras maiúsculas. Não serão aceitos figuras ou gráficos nos resumos. Margens: 2,5cm.

Envio de resumo: sbctarj2009@yahoo.com.br
Prazo para envio de resumo: 19/09/09
Condições do Pôster: Espaço útil de 0,8 m de largura X 1,0 m de altura.

INSCRIÇÕES: O pagamento da inscrição será medianta depósito bancário no Banco Unibanco Ag: 0189, C/C: 1126276. Atenção: Deverão ser enviadas para o email o comprovante de depósito bancário com o nome do participante.

Ficha de Inscrição (click)

Inscrição pelo e-mail:sbctarj2009@yahoo.com.br O valor da inscrição até o dia 19/09/09: R$40,00. Após o dia 19/09/09: R$ 60,00.

Para maiores informações site:

sbCTA-RJ - Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos Regional Rio de Janeiro

sábado, 11 de julho de 2009

Pesquisa avalia potencial de condimentos como conservantes e antioxidantes naturais


Pesquisa mostra ação do alho e da sálvia na carne de frango

Estudo da FEA avalia potencial de condimentos como conservantes e antioxidantes naturais

CARMO GALLO NETTO

A deterioração é a maior responsável pelas perdas econômicas nas indústrias processadoras de carne e de produtos derivados. O problema é causado por reações químicas que ocorrem em sua porção gordurosa, ou lipídica, desencadeadas pela ação da luz, do corte ou moagem, do cozimento e do armazenamento. Não raro levam à perda de qualidade e consequente rejeição do consumidor. Estas reações, responsáveis pela formação de vários compostos que alteram as características sensoriais dos produtos, produzem odores e sabores desagradáveis, diminuem o valor nutricional do alimento e podem até mesmo ser nocivos à saúde.

Para evitar estes inconvenientes, são utilizadas substâncias com a finalidade de retardar tais transformações, os chamados antioxidantes. Atualmente, o consumidor mais esclarecido procura evitar alimentos que contenham aditivos sintéticos, o que tem levado à sua substituição por produtos de origem natural. Para isso, têm sido usados condimentos, ervas, frutas, hortaliças e vegetais que contêm compostos com ação antioxidante.

A atuação de dois condimentos, a sálvia e o alho, como conservantes ou antioxidantes naturais na carne de frango foi objeto de pesquisa que deu origem à tese de doutorado de Lilian Regina Barros Mariutti, desenvolvida na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp e na Universidade de Copenhagem, na Dinamarca, sob orientação da professora Neura Bragagnolo, do Laboratório de Química de Alimentos, do Departamento de Ciências de Alimentos da FEA. A pesquisa foi financiada pela Fapesp.

O trabalho objetivou verificar a influência desses condimentos na formação de compostos oriundos da oxidação dos lipídios e na degradação de alguns constituintes nutricionais importantes, como os ácidos graxos insaturados e a vitamina E, quando o frango é grelhado ou processado sob alta pressão e também quando armazenado sob refrigeração e congelamento.

Paralelamente, a pesquisa se deteve na ação desses condimentos na formação de óxidos de colesterol, formados a partir da oxidação do colesterol naturalmente presente na carne de frango, e que são relacionados ao desenvolvimento de doenças degenerativas como o mal de Alzeimer e a catarata, ao câncer e à aterosclerose.

Surpreendente e diferentemente do esperado, a adição de alho aumentou a formação dos compostos indesejáveis, acelerando o desenvolvimento da oxidação da carne de frango e a consequente perda de qualidade do produto, principalmente durante o processo de armazenamento.

De outro lado, a adição de sálvia à carne de frango foi eficaz na contenção da oxidação lipídica e na formação de óxidos de colesterol em todas as condições testadas, detendo inclusive os efeitos oxidantes do alho quando juntada a ele.

Lílian explica: “Fizemos uma pesquisa prévia para determinar in vitro que condimentos ou ervas teriam potencial como antioxidantes. Testamos salsa, sálvia, alecrim, cebola, coloral, alho e vários outros, cujos resultados foram publicados no Brazilian Archives of Biology and Technology. Como deveríamos selecionar apenas alguns, optamos pela sálvia, que pertence à mesma família botânica do alecrim, que é o condimento mais estudado na atualidade, e por isso já utilizado em vários alimentos como carne de frango, carne suína, e óleos vegetais”, afirmou a pesquisadora.

Além disso, prossegue Lilian, nos testes preliminares in vitro a sálvia apresentou poder antioxidante maior que o próprio alecrim. Segundo ela, a escolha do alho se deu devido à diferença no mecanismo de ação esperado e pelo fato deste ser muito apreciado e utilizado na culinária brasileira. “Embora o alho tenha revelado atividade discreta nestes estudos preliminares, fomos levados mesmo assim a selecioná-lo, porque constatamos que existem várias publicações bastante controversas sobre sua ação, que ora o apresentam como de ação pouco significativa, ora como fator pró-oxidante e ora como eficiente antioxidante”.

Lilian esclarece que os estudos in vitro não permitem deduções quanto à ação da sálvia e do alho na carne de frango, pois é muito importante ter em mente que os resultados in vitro não serão necessariamente reproduzidos no alimento e, da mesma maneira, podem apresentar-se diferentes nos organismos humanos, assim como o efeito observado na carne de frango não obrigatoriamente se repetirá em outro tipo de carne ou alimento. Existem vários fatores intervenientes como a composição do alimento, o modo como foi processado e como foi conservado, sendo que todos eles determinam a ação dos condimentos.

A escolha
A carne de frango foi escolhida porque é muito consumida no Brasil, tem preço acessível, possui mais de 60% da gordura, é constituída por ácidos graxos insaturados, o que a torna suscetível à oxidação e viabiliza o estudo da ação dos condimentos sobre ela. Os ácidos graxos insaturados são benéficos à saúde e por isso devem ser preservados, evitando que se degradem, o que pode gerar produtos nocivos ou sensorialmente desagradáveis.

Mas existem outros fatores que justificam a escolha, segundo Lílian. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de carne de frango e o principal exportador, sendo a região Sul responsável por 52% da produção nacional e por 75% das exportações. A avicultura é o segundo item na pauta de exportações do agronegócio brasileiro e o quinto item da balança comercial do país. De acordo com as estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA, em 2008 o Brasil foi o quarto maior consumidor de carne de frango do mundo, atrás apenas de EUA, China e União Européia. Cada brasileiro consome em média 38 quilos de carne de frango por ano.

A avicultura brasileira destaca-se também pelo aumento da exportação de produtos com maior valor agregado, prontos para consumo, que atendem o conceito de alimentos saudáveis, de rápido preparo e com demanda crescente no exterior. Tais produtos, de longa vida de prateleira, exigem uso de aditivos e outros métodos de conservação que mantenham suas características organolépticas.

A pesquisa
No início, a pesquisa se deteve na otimização e validação de métodos para a determinação simultânea de colesterol e onze óxidos de colesterol por HPLC –UV-RI-MS – publicados no Journal Agricultural Food Chemistry – e na determinação de aldeídos voláteis pela técnica de SPME-GC em carne de frango.

O trabalho de investigação consistiu na adição de sal, sálvia e alho desidratados em hambúrgueres, separadamente e conjuntamente. Os hambúrgueres crus e grelhados foram embalados em sacos de polietileno permeáveis ao oxigênio e estocados no escuro a menos 18 graus Celsius durante 90 dias. Análises periódicas permitiram acompanhar o processo oxidativo.

A adição de 0,1% de sálvia à carne de frango mostrou-se eficaz em minimizar e retardar a oxidação dos lipídios e do colesterol durante o processo térmico e o armazenamento, sendo também capaz de reduzir os efeitos pró-oxidantes da adição de 0,5% de sal.

Por outro lado, a adição de 0,1% de alho em peito de frango apresentou comportamento variável de acordo com a metodologia analítica utilizada para a avaliação da oxidação lipídica, sugerindo que o alho não tem efeito antioxidante nessa matriz, podendo inclusive acelerar o processo de oxidação.

Além disso, a professora Neura esclarece que o processo oxidativo foi verificado também através da formação de óxidos de colesterol, compostos considerados prejudiciais à saúde humana, analisando a cada 30 dias amostras de hambúrgueres crus e grelhados armazenados sob congelamento durante 90 dias. “Também neste caso o objetivo foi estudar as condições de preservação da molécula do colesterol, o que exigiu uma série de investigações e testes que permitissem acompanhar o que acontecia tanto com os ácidos graxos como com a molécula do colesterol”.

Estes estudos permitiram constatar que todas as amostras que receberam adição de sal apresentaram maior formação de óxidos de colesterol e diminuição dos ácidos graxos insaturados quando comparadas com as respectivas amostras sem sal. Ou seja, o sal sempre foi um fator catalítico das reações indesejáveis. Já as amostras com sálvia, mesmo aquelas com sal, apresentaram os menores teores de óxidos de colesterol dentre todas e foram as únicas que conseguiram preservar os teores de ácidos graxos, tanto durante o processo de aquecimento como no período de armazenamento por 90 dias.

Segundo Lilian, as diferenças observadas foram muito significativas. A pesquisadora realizou ainda determinações para medir a formação de aldeídos voláteis, geralmente associadas aos odores desagradáveis, e os resultados referendaram a ação positiva da sálvia na manutenção da composição e da qualidade da carne de frango crua e grelhada quando estocada sob congelamento.

A adição de alho levou aos piores resultados até mesmo quando comparados aos observados no frango que não sofreu nenhuma adição. Não foi capaz de manter os teores de ácidos graxos e, na amostra que também recebeu adição de sal, a formação de óxidos de colesterol revelou-se muito maior do que do frango de controle e maior ainda do que no frango com apenas sal.

Em Copenhagem, Lilian estudou o efeito destes antioxidantes quando a carne de frango foi submetida à alta pressão. A aplicação de alta pressão em alimentos é uma tecnologia emergente, capaz de realizar uma “pasteurização a frio”, ou seja, eliminar os microorganismos patogênicos dos alimentos sem causar as alterações devidas ao tratamento térmico, e já vem sendo utilizada com sucesso na Europa, Japão e EUA.

Neste caso, a sálvia também foi capaz de conter a oxidação lipídica durante o armazenamento a quatro graus Celsius por duas semanas, enquanto o alho teve efeito pró-oxidante, que foi parcialmente minimizado pela adição simultânea de sálvia. Além disso, Lilian investigou também os possíveis mecanismos envolvidos na ação da sálvia e do alho no retardamento ou aceleração da oxidação lipídica. Esses estudos foram realizados através da espectrometria de ressonância paramagnética, que permite quantificar a formação de radicais livres, que constitui o evento inicial da oxidação lipídica. Os resultados foram publicados na European Food Research and Technology.

Segundo Lilian, em relação ao mecanismo de ação, ficou demonstrado que a sálvia, através de seus compostos polifenólicos, desativa os radicais livres produzidos no início da decomposição dos lipídios, impedindo que se desenvolvam as reações em cadeia e não se produzam novos compostos. “No caso do alho, os resultados sobre o mecanismo envolvido não foram conclusivos, necessitando de investigações complementares que estão em andamento”.

A pesquisadora acrescenta que os resultados experimentais permitem concluir que a adição de 0,1% de sálvia à carne de frango é efetiva como antioxidante, garantindo a composição de ácidos graxos insaturados e minimizando a formação de óxidos de colesterol e de aldeídos durante o processamento e o armazenamento. Já a adição de alho não é capaz de conter a oxidação lipídica e, em alguns casos, age até como pró-oxidante. Ela afirma ainda que a sálvia é também capaz de conter essa ação do alho quase que totalmente e que seu mecanismo de ação se dá pela desativação de radicais livres.

Fonte: Jornal Unicamp - Campinas, 11 a 17 de maio de 2009 – ANO XXIII – Nº 428

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Métodos determinam resíduos de agrotóxicos em laranja e tangerina


Concentrações encontradas estavam abaixo dos limites estabelecidos pela Anvisa

LUIZ SUGIMOTO

Com as mais modernas técnicas disponíveis no momento, acabam de ser desenvolvidos e validados no Instituto de Química (IQ) da Unicamp métodos para determinar resíduos de agrotóxicos na laranja Pera e na tangerina Murcote - os dois principais cítricos em termos de produção, consumo interno e exportação no país. A apresentação da pesquisa de doutorado de Mariza Campagnolli Chiaradia, orientada pela professora Isabel Cristina Sales Fontes Jardim, coincide com a preocupação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) frente ao aumento do uso incorreto de agrotóxicos em amostras de alimentos por elas monitoradas, dentre as quais a laranja.

Mariza Chiaradia justifica a escolha da laranja Pera por ser a variedade de maior produção no Brasil e a mais utilizada pela indústria de suco para exportação in natura; e da Murcote por ser a única tangerina destinada ao mercado externo. "Coletei seis amostras de cada matriz no comércio da região de Campinas e recorri a três equipamentos diferentes para determinar os agrotóxicos - a partir de uma lista de herbicidas, acaricidas, nematicidas, inseticidas empregados nas duas culturas".

A autora da tese informa que novas técnicas de análise têm surgido para suprir a necessidade de se detectar, simultaneamente, um grande número de compostos em baixos níveis de concentração (1 micrograma por litro ou por quilo). "Com base nos resultados obtidos, a técnica que mais apropriada para a análise de resíduos em alimentos é a cromatografia líquida de ultra eficiência com detecção por espectrometria de massas em série (EM-EM)".

Segundo a professora Isabel Jardim, esta é a técnica de detecção exigida pela Comunidade Européia para atestar a qualidade dos alimentos que importa, devido à confiabilidade na confirmação de compostos. "Foram detectados dois tipos de resíduos agrotóxicos na laranja Pera e um na Murcote, apesar da nossa preocupação em reproduzir as condições caseiras de processamento do suco, em que as frutas são antes lavadas (o que não é exigência dos órgãos de regulação)".

Mariza Chiaradia observa que os índices de resíduos se elevariam bastante em sucos processados na maioria das lanchonetes, por exemplo, onde não há preocupação com a lavagem da laranja. "Verificamos, também, a ausência de agrotóxicos em amostras coletadas em época de chuva, provavelmente porque a água contribui bastante para eliminá-los. Entretanto, no meio do ano, durante a safra maior de laranja Pera, os resíduos de dois dos seis agrotóxicos estudados estavam presentes".

A pesquisadora ressalta que as concentrações encontradas estiveram sempre abaixo dos limites máximos de resíduos (LMR) estabelecidos pela Anvisa, a agência reguladora brasileira. "Encontramos o imidacloprido [inseticida] em quase todas as amostras, mas em concentrações entre 15 e 31 microgramas por litro para o LMR de 1.000 microgramas por litro. O aldicarbe [acaricida] estava em uma única amostra, porém, em quantidade bem próxima do LMR de 200 microgramas por litro".

Ainda que as concentrações estejam abaixo dos limites estabelecidos inclusive pela FDA (Food and Drug Administration), a agência norte-americana, a professora Isabel Jardim demonstra preocupação com a quantidade ingerida de suco - principalmente em período de safra, quando os agrotóxicos são utilizados em maior escala. "O problema é que nada sabemos ainda sobre o efeito cumulativo dos resíduos quando o suco é tomado em grande quantidade".

A autora registra na tese que a ingestão de alimentos representa a principal fonte de exposição aos agrotóxicos em comparação com a ingestão de água e a inalação. E que mesmo em pequenas quantidades esses compostos podem causar efeitos adversos à saúde, como dores de cabeça, náuseas, distúrbios endócrinos e mesmo câncer. "Um agravante é que o suco é a forma como as crianças consomem a laranja. Elas são afetadas por quantidades menores de agrotóxicos".

Monitoramento
De acordo com Mariza Chiaradia, a necessidade de garantir o crescimento e a qualidade da produção agrícola fazem com que hoje existam mais de 800 compostos, pertencentes a aproximadamente 100 classes químicas diferentes, em produtos comercializados como agrotóxicos no mundo todo. "Como o Brasil é detentor de grande potencial agrícola e o maior consumidor de agrotóxicos, a Anvisa, a exemplo de outros países, criou em 2001 o Programa Nacional de Monitoramento de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos Brasileiros (PARA)".

Isabel Jardim atenta para o aumento nas irregularidades no uso de agrotóxicos apontado pelo programa. Entre 2002 e 2006, foram monitorados 92 princípios ativos de agrotóxicos em mais de 500 mil amostras de nove produtos agrícolas, inclusive de laranja, coletadas em 16 diferentes estados. Neste período, o índice geral foi de 14% de irregularidades, passando a 17% em 2007. "Quanto ao cultivo da laranja, o programa não especifica variedades, mas as irregularidades mais que dobraram de 6% em 2007 para 14,9% no ano passado".

A respeito deste monitoramento, a docente do IQ recorda a grande repercussão na mídia sobre os índices de agrotóxicos no morango em 2007 e no pimentão em 2008 (quando mais oito culturas passaram a ser avaliadas). "É interessante como, no caso do morango, o índice de irregularidades que era de 44% em 2007 baixou para 36% no ano seguinte. Possivelmente, os produtores serão mais cuidadosos também com o uso de agrotóxicos no pimentão".

Por conta própria
A propósito, Mariza Chiaradia observa que, no Estado de São Paulo, os próprios citricultores cuidam de exercer uma fiscalização rigorosa, através do Fundo Paulista de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), criado em 1977 para promover a erradicação do "cancro cítrico" e um maior controle sanitário nos pomares. "O Fundo é sustentado basicamente por recursos da iniciativa privada, com eventuais verbas do governo federal e parcerias com institutos de pesquisa e universidades de todo o mundo".

A autora cita a Fundecitrus na tese, em reconhecimento às informações que recebeu sobre a citricultura, inclusive acerca dos agrotóxicos mais usados pelos produtores paulistas. "Como o estado é o maior exportador de laranja e muito voltado também para produção do suco in natura, além do controle rigorosíssimo na aplicação de agrotóxicos, há um tempo de espera antes da colheita, período que serve para degradação dos compostos sem que sejam absorvidos pela fruta".

A professora Isabel Jardim, que coordena no IQ esta linha de pesquisa voltada para a determinação de agrotóxicos em várias matrizes, adianta que uma próxima pesquisa pode focar a indústria de suco, mesmo que ela recorra ao processo de pasteurização do suco de laranja - aquecimento capaz de degradar os agrotóxicos. "Os compostos podem não existir na sua forma original, mas talvez sob a forma de produtos de degradação, que podem ser mais tóxicos que os de origem".

País é líder mundial na produção de citros

Informações obtidas por Mariza Campagnolli Chiaradia para sua tese de doutorado colocam a laranja como uma das frutas mais importantes cultivadas em solo brasileiro, seja em área plantada ou colhida, quantidade produzida, valor de produção ou geração de empregos. Hoje, o Brasil é o primeiro produtor mundial de citros e o maior exportador de suco concentrado de laranja.

Se o Sudeste domina 84% da citricultura do país, isto decorre especialmente da laranja, limão e tangerina cultivadas pelo Estado de São Paulo, que responde por 80% da produção da laranja. É uma concentração que se observa também em termos de variedade e destino da produção, com predomínio da laranja Pera, a mais consumida internamente e que serve bem à indústria de suco in natura.

Esta configuração da cultura de citrus no Brasil é um reflexo das sucessivas geadas dos anos 1960 no sul da Flórida, principal região fornecedora para o mercado interno norte-americano. A enorme demanda por suco de laranja naquele país motivou a instalação no Estado de São Paulo de indústrias de suco concentrado. A exportação de suco vem crescendo a uma média de 4,9% nos últimos dez anos, graças ainda às intempéries na Flórida, atingida agora também por furacões.

Mariza Chiaradia também apresenta números que justificam a escolha da Murcote como segunda matriz para os métodos de determinação de resíduos de agrotóxicos desenvolvidos e validados no IQ. Do total de citrus produzidos no mundo, as laranjas doces perfazem 66%, as tangerinas 16%, os limões e limas ácidas 10,5% e os pomelos 6,5%. Portanto, a tangerina e seus híbridos são o segundo grupo em importância comercial. São Paulo exporta apenas a Murcote, cuja produção tem crescido a uma taxa anual de 3,8%.

A autora da pesquisa observa que, recentemente, o programa Brazilian Fruit, que promove as nossas frutas no exterior, abriu o leque até agora fechado aos Estados Unidos e à União Europeia, ao eleger como mercados prioritários os países asiáticos, do leste europeu, árabes, a Rússia e os latino-americanos. É interessante a justificativa de que os asiáticos preferem o suco aos refrigerantes - e que esses países registram as maiores taxas de crescimento de renda, notadamente a China.

Igualmente auspicioso é o mercado dos países árabes, onde não se consome bebidas alcoólicas. Ou dos países do leste europeu, agora integrados à União Europeia, onde se espera um aumento da renda per capita e do consumo de frutas e sucos. Na Rússia, o crescimento das importações de suco de laranja concentrado tem superado o registrado para os demais sucos e, na América Latina, temos parceiros tradicionais do Brasil, principalmente pela facilidade de distribuição de mercadorias.

Mais um aspecto destacado por Mariza Chiaradia no sistema agroindustrial da laranja é o econômico. Ele oferece emprego direto para mais de 400 mil pessoas, sendo a atividade principal de 322 municípios paulistas e 11 mineiros. Também atende a 50% da demanda e 75% das transações internacionais trazendo, anualmente, 1 bilhão de dólares em divisas para o Brasil, no centro de uma cadeia produtiva que gera um PIB equivalente a 5 bilhões de dólares. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra brasileira de laranja em 2008 foi de 18,7 milhões de toneladas.

Fonte: Jornal Unicamp - Campinas, 1 a 14 de junho de 2009 – ANO XXIII – Nº 431

Gordura com baixo teor de isômeros trans

Estudo priorizou fontes oleosas disponíveis e viáveis economicamente

CARMO GALLO NETTO


Pesquisa de doutorado desenvolvida por Denise F. S. Becker de Almeida, apresentada ao Departamento de Tecnologia de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, sob orientação da professora Lireny Aparecida Guaraldo Gonçalves, permitiu obter gorduras com baixo teor de isômeros trans e que poderá ser utilizada em margarinas, bolos e outros alimentos que contêm gorduras em sua formulação.

As descobertas e a conscientização dos malefícios causados pelas gorduras com elevado teor de isômeros trans têm levado os governantes a tomarem medidas cada vez mais restritivas sobre seu uso, pressionando as indústrias alimentícias na procura de alternativas para sua substituição. É sabido que as gorduras são responsáveis por certos atributos sensoriais conferidos aos alimentos que agradam aos consumidores.

Enquanto vários países adotam iniciativas para restringir o consumo de gorduras trans e até programam sua definitiva exclusão dos alimentos, a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia) alega que há falta de opções para substituir esse tipo de gordura, embora utilize como atenuante a justificativa de que pesquisas vêm sendo desenvolvidas para solucionar o problema.

As gorduras trans
A grande maioria dos óleos vegetais naturais apresenta aplicações limitadas em razão de suas composições químicas específicas. Para ampliar o seu uso, os óleos são modificados quimicamente pela hidrogenação ou interesterificação, ou fisicamente pelo fracionamento, produzindo as gorduras semi-sólidas.

Os isômeros trans presentes na dieta são oriundos principalmente das gorduras parcialmente hidrogenadas. Os óleos vegetais parcialmente hidrogenados – margarinas e gorduras comestíveis (shortenings) – são amplamente utilizados como matérias-primas de numerosos produtos comestíveis, levando isômeros trans para uma grande variedade de alimentos.

A partir da década de 80, os componentes trans se transformaram nos vilões das gorduras quando se descobriu que contribuem para o aumento do colesterol total e ruim e diminuição do colesterol bom, constituindo um fator de risco para problemas cardiovasculares, além de não trazerem nenhum benéfico alimentar.

Uma estratégia para reduzir ou eliminar o conteúdo de trans nas gorduras é a mistura de óleos totalmente hidrogenados – sem nenhum isômero trans –, com óleos líquidos não hidrogenados, naturalmente sem isômeros trans. A dureza e espalhabilidade dos produtos devem ser ajustadas variando a proporção de sólidos e líquidos na mistura. Outra possibilidade seria a interesterificação de gordura totalmente hidrogenada com óleos líquidos, utilizando catalisadores químicos ou enzimas.

Os maiores teores de gorduras trans se encontram em alimentos industrializados como biscoitos, batatas fritas, pipocas de microondas, chocolates, sorvetes, salgadinhos de pacote, pastéis, tortas, bolos e alimentos que ainda utilizam gorduras parcialmente hidrogenadas nas receitas. As indústrias alimentícias as utilizam porque contribuem para a consistência, crocância e sabor.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, em 2006, que todos os alimentos comercializados deveriam expressar em sua rotulagem nutricional a declaração dos ácidos graxos trans em relação à porção do alimento – 1 fatia, 1 colher de sopa, 200 mL – em conjunto com as declarações para gorduras totais e saturadas. São considerados como zero trans os alimentos que apresentarem teores de gorduras trans menores ou iguais a 0,2 g/porção.

A gordura alternativa
Estes fatos justificam o estudo desenvolvido por Denise, que contemplou a elaboração de novas gorduras a partir de fontes oleosas disponíveis e viáveis economicamente no Brasil – óleos de soja, algodão e gordura de palma totalmente hidrogenada. O objetivo foi promover a interesterificação química de diferentes frações da gordura totalmente hidrogenada com os óleos líquidos específicos, a fim de se obter novas gorduras com baixo teor de isômeros trans e com melhor performance para aplicação na indústria alimentícia.

Considerando que a indústria utiliza gorduras que conferem aos produtos melhor textura, volume e propriedades sensoriais apreciadas pelo consumidor, a pesquisadora realizou um estudo comparando o desempenho das gorduras low trans, com gorduras parcialmente hidrogenadas ricas em isômeros trans empregadas industrialmente.

O objetivo do trabalho não foi apenas produzir gorduras com baixo teor de isômeros trans – low trans – para aplicação alimentícia. Propunha-se também caracterizar essas gorduras quanto às suas propriedades físico-químicas, aplicar técnicas analíticas apropriadas que permitissem o monitoramento de suas composições, selecionar aquelas gorduras que se mostrassem aplicáveis e, então, aplicá-las na elaboração de um produto que pudesse ser comparado com produtos high trans e avaliado quanto às suas propriedades reológicas – textura, volume e cor – e sensoriais.

Os estudos levaram Denise a concluir que as fontes oleaginosas utilizadas – óleos de soja, de algodão, gordura de palma totalmente hidrogenada – permitem a elaboração de gorduras low trans com propriedades plásticas adequadas quando comparadas com aquelas de alto teor trans – high trans – tradicionalmente utilizadas.

As gorduras desenvolvidas mostraram-se adequadas para aplicação em margarinas e panificação. O bolo inglês foi o produto escolhido para avaliar comparativamente as gorduras low trans desenvolvidas com bolos produzidos com gordura comercial parcialmente hidrogenada high trans. Quando avaliados instrumentalmente, a textura, o volume e a cor dos bolos não apresentaram diferença significativa. Porém, a avaliação sensorial com consumidores revelou diferenças quanto à textura e sabor. Por sua vez, as técnicas analíticas empregadas mostraram-se adequadas ao monitoramento das características físico-químicas das gorduras.

Denise considera que a proposta foi cumprida, pois ela partiu da matéria-prima, desenvolveu e caracterizou uma nova gordura, avaliou a aplicação em produto alimentício, chegando ao final da cadeia com a realização de teste sensorial junto ao consumidor. Segundo ela, os resultados mostraram que não basta substituir a gordura trans pela nova gordura. Faz-se necessário investir em modificações nas formulações, nas condições de processamento e na utilização de aditivos apropriados. Isto quer dizer que todas as alterações observadas na nova gordura em relação às que possuem isômeros trans podem ter seus efeitos contornados.

O processo
As gorduras de origem vegetal são obtidas a partir de óleos vegetais – soja, algodão, milho, girassol, canola – que devem sofrer modificação para se tornarem adequados ao consumo e aplicações. Nesse processo, quando os óleos refinados são parcialmente hidrogenados, há formação de isômeros trans que não existiam inicialmente na matéria-prima, provocada pelas condições de reação (pressão e temperatura). Para a obtenção das gorduras vegetais plásticas e livres de isômeros trans – low trans – estes óleos podem ser submetidos à interesterificação. Este processo não contribui para a formação de compostos trans e pode ser catalisado por substâncias químicas ou enzimáticas.

Os alimentos industrializados, explica a pesquisadora, utilizam principalmente a gordura vegetal semi-sólida ou pastosa em lugar do óleo líquido. A gordura é preparada a partir dos óleos vegetais refinados mediante reações químicas de hidrogenação e/ ou interesterificação. O óleo líquido é formado por moléculas de ácidos graxos que possuem ligações insaturadas, o que lhe confere consistência líquida em temperatura ambiente. Durante a hidrogenação ocorre rompimento das ligações insaturadas, ou seja, rompem-se as duplas ligações formando as ligações saturadas que irão constituir e caracterizar as gorduras saturadas semi-sólidas. Durante a hidrogenação parcial, muitos ácidos graxos insaturados na configuração cis que não reagiram com o hidrogênio podem se transformar em isômeros trans.

Ao contrário da hidrogenação, a interesterificação não afeta o grau de saturação nem causa isomerização nas duplas ligações dos ácidos graxos. Ocorre uma redistribuição dos ácidos graxos nas moléculas do triacilglicerol, o que resulta em uma gordura com composição final diferente e, consequentemente, com propriedades físicas diferentes.

Denise realizou a interesterificação de bases oleosas por ela previamente preparadas, que permitiram obter gorduras tecnologicamente aplicáveis, ou seja, com novas características plásticas, como consistência, comportamento de cristalização, ponto de fusão, para chegar a um novo produto com reduzido teor de isômeros trans.

FONTE: Jornal Unicamp - Campinas, 15 a 21 de junho de 2009 – ANO XXIII – Nº 432


FEA desenvolve água de coco gaseificada


A
água de coco carbonatada é a mais nova bebida desenvolvida pela engenheira de alimentos Marina Costa da Silva. A formulação contém dióxido de carbono (CO2), ácido ascórbico e sacarose. O produto demonstrou ter grande potencial mercadológico – nos testes sensoriais, por exemplo, a bebida foi muito apreciada e bem-aceita pelos consumidores, que destacaram que sua ingestão proporciona refrescância e uma sensação agradável.

A bebida, por utilizar água de coco integralmente, ou seja, não ter adição de água, mantém suas propriedades nutricionais ricas em sais minerais, além de ter baixo valor calórico. Atualmente, não existe produto similar no mercado. Estão disponíveis apenas aqueles que oferecem água de coco com mix de outras frutas, sem serem carbonatados. A maioria dos produtos que contém água de coco comercializada atualmente sofre, em seu processo de industrialização, tratamentos térmicos com altas temperaturas e, por isso, pode apresentar alterações sensoriais. “O objetivo foi desenvolver algo diferenciado, que fosse natural, saudável e aceitável do ponto de vista sensorial”, explica Marina Costa da Silva.

A engenheira apresentou a dissertação de mestrado “Avaliação de processo de carbonatação de água de coco (Cocus nucifera L.)” na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), sendo orientada pelo professor José de Assis Fonseca Faria. Ela esclarece que o aspecto econômico teve um peso importante no escopo da pesquisa. A ideia foi oferecer uma formulação possível de ser produzida até mesmo por pequenos produtores. Ela argumenta que, hoje, dependendo da tecnologia empregada, a água de coco industrializada pode ter altos custos e ser inviável economicamente.

Foram três anos de pesquisa e inúmeras tentativas para que a carbonatação fosse adequada – a engenheira tentou diferentes formulações para evitar a adição de conservadores químicos. Mas, neste aspecto, as tecnologias utilizadas não prescindiram das substâncias, uma vez que a estabilidade comercial do produto, ou seja, seu tempo de prateleira, consiste em um parâmetro importante. Neste sentido, um próximo estudo já foi iniciado para que, a partir da adição de conservadores químicos, possa se chegar a um produto que possa manter-se em temperatura ambiente.

Fonte: Jornal Unicamp - Campinas, 15 a 21 de junho de 2009 – ANO XXIII – Nº 432


Engenheiro de alimentos busca melhores produtos

24/07/07 - 19h44 - Atualizado em 24/07/07 - 19h59

Profissional pode desenvolver alimentos com maior qualidade.
Conheça o perfil procurado e as áreas promissoras.

Simone Harnik Do G1, em São Paulo

Você vai ao supermercado e compra um congelado. Chega em casa e: surpresa! O alimento não está lá essas coisas. Pode ter havido descongelamento na hora de transportar a carga, problemas de armazenagem ou outras inúmeras hipóteses de falhas. O fato é que, em cada etapa, desde a produção até o consumo, há engenheiros de alimentos envolvidos. E são eles, junto de profissionais da química, biologia, nutrição, que podem melhorar a qualidade do produto industrializado que chega à sua mesa.

“Os produtos brasileiros têm muito a serem aperfeiçoados. Muitos ainda têm aquele gosto de produto congelado ou problemas na textura, que ocorrem por causa do tipo de congelamento”, diz Adilma Regina Pippa Scamparini, que coordena a câmara da modalidade de engenharia química do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) de São Paulo.

A pesquisadora, sempre que visita outras cidades, até mesmo no exterior, procura conhecer os mercados, já que considera que “a alimentação é o retrato de um povo”. “Também compro todos os lançamentos de produtos para conhecer”, diz.

“Essa é uma profissão extremamente valorizada. É muito bacana o que se pode fazer. O profissional pode trabalhar em diversas áreas e a carreira é muito dinâmica”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Engenheiros de Alimentos (Abea), Rogério Andrada.

  • Perfil profissional

Como os campos de trabalho são variados, estudantes com diferentes características pessoais conseguem se encaixar no mercado da profissão. “Quem é introvertido, vai se dar bem em controle de qualidade; mas não em vendas, por exemplo. Quem trabalha com desenvolvimento, é porque tem maiores conhecimentos sobre o produto. Em vendas, é preciso ter bom relacionamento. Quem faz projeto das indústrias, precisa ser bom de engenharia”, afirma Andrada.

Para trabalhar, o pré-requisito é ser filiado ao Crea. De acordo com o conselho, o piso salarial recomendado é o de seis salários mínimos, que equivalem atualmente a R$ 2.280.

  • Áreas promissoras

De acordo com Adilma, uma das áreas aquecidas é a de marketing, que compreende, por exemplo, a avaliação das impressões dos consumidores sobre os produtos. “Também há muito espaço para desenvolvimento de novos produtos. O que é importado da Europa precisa ser adaptado para a realidade brasileira”, afirma.

Apostas para o futuro são a pesquisa de novos produtos a partir da biotecnologia. O nome parece estranho, mas a atividade está se tornando bem conhecida: xampus com aroma de chocolate são um exemplo.

Outra área que despontou com a globalização foi a de logística. “As panificadoras pequenas, estão desaparecendo. É o supermercado que passou a concentrar a indústria de pães”, exemplifica Adilma. Segundo ela, outros tipos de profissionais necessários são os que trabalham com a higiene da linha de produção, com o cuidado dos resíduos e com a procura de novas embalagens menos agressivas ao meio ambiente.

No país, os mercados têm suas diferenças regionais. No Nordeste, por exemplo, a produção de carnes tem destaque; no Sul, frango e cereais, por exemplo. Mas, de acordo com a conselheira, o que as empresas procuram é apenas uma coisa: técnicos bem formados.

Fonte: GLOBO - (Vestibular e Educação)