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sábado, 21 de agosto de 2010

Estudo: Chocolate amargo pode reduzir risco de ataques cardíacos

 
Rio - Uma pesquisa publicada em uma revista científica da Sociedade Americana do Coração afirma que mulheres mais velhas que comem chocolate amargo uma ou duas vezes por semana podem reduzir o risco de doenças cardíacas. As informações são da BBC.

De acordo com o estudo, mulheres que comem chocolate amargo até duas vezes por semana reduzem o risco de doenças cardíacas em até 33%. Porém, aquelas que comem todos os dias não se beneficiam.

Os cientistas analisaram dados de cerca de 32 mil mulheres entre 48 e 83 anos ao longo de nove anos. Foi analisado que o consumo de até duas porções de 19 a 30 gramas de chocolate amargo por semana reduz em até 32% o risco de doenças do coração.

Quando o consumo aumentou para até três porções, o índice caiu para 26%. O índice de redução de risco era nulo nas mulheres que consumiam chocolate amargo todos os dias.

A pesquisa ressalta que comer muito chocolate não é saudável, por causa do alto índice de açúcar e gordura, que fazem com que as pessoas ganhem peso.

No entanto, o chocolate contém altos índices de flavonóides, uma substância que diminui a pressão sanguínea e protege contra doenças do coração.

Os pesquisadores afirmam que o novo estudo é um dos primeiros a identificar alguns dos benefícios à saúde do chocolate amargo no longo prazo.
 
Fonte: O Dia Online

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Cerveja aumenta risco de doença de pele em mulheres, diz estudo

da BBC Brasil

Mulheres que bebem cerveja regularmente têm mais chances de desenvolver psoríase, uma doença de pele crônica, segundo sugere um estudo de pesquisadores americanos.
O estudo descobriu que as mulheres que bebem cinco cervejas por semana têm o dobro de risco de desenvolver a doença em comparação com as mulheres que não bebem.

A pesquisa, da Harvard Medical School, em Boston, analisou dados de mais de 82 mil enfermeiras entre 27 e 44 anos e seus hábitos de consumo de bebidas alcoólicas entre 1991 e 2005.

Os pesquisadores disseram observar um aumento de 72% no risco de psoríase entre as mulheres que bebiam mais do que uma média de 2,3 cervejas por semana em relação às mulheres que não bebiam.

Para as mulheres que bebiam cinco copos de cerveja por semana, o risco era 130% maior.
Porém as mulheres que bebiam qualquer quantidade de cerveja não alcoólica, vinho ou bebidas destiladas não apresentaram um aumento do risco de desenvolver psoríase.

"A cerveja comum foi a única bebida alcoólica que aumentava o risco de psoríase, sugerindo que alguns componentes não-alcoólicos da cerveja, que não são econtrados no vinho ou nos destilados, podem ter um papel importante no estabelecimento da psoríase", afirma o autor da pesquisa, Abrar Qureshi.

Glúten
O estudo, publicado na revista especializada Archives of Dermatology, sugere que a causa do aumento no risco de prsoríase pode ser a cevada com glúten, usada na fermentação da cerveja.

Estudos anteriores mostraram que uma dieta sem glúten pode melhorar os casos de psoríase nos pacientes sensíveis ao glúten.

Segundo o estudo, as pessoas com psoríase podem ter uma sensibilidade latente ao glúten.
"As mulheres com alto risco de desenvolver psoríase devem considerar evitar tomar muita cerveja", concluem os autores.

A psoríase é uma doença crônica de pele caracterizada por escamações com coceira que normalmente aparecem nos joelhos, nos cotovelos e no coro cabeludo, mas que podem também atingir outras áreas do corpo, incluindo a face.

A doença, cuja origem é genética, é normalmente desencadeada por alguma situação específica. Seus efeitos são comumente leves, mas em alguns casos extremos chegam a deixar os pacientes desfigurados.

Fonte: FSP Online

Chocolate amargo reduz risco de ataques cardíacos, diz estudo

da BBC Brasil

Uma pesquisa americana afirma que mulheres mais velhas que comem chocolate amargo uma ou duas vezes por semana podem reduzir o risco de doenças cardíacas.
De acordo com o estudo, mulheres que comem chocolate amargo até duas vezes por semana reduzem o risco de doenças cardíacas em até 33%. No entanto, as que comem todos os dias não se beneficiam.

A pesquisa foi publicada em uma revista científica da Sociedade Americana do Coração. Os cientistas analisaram dados de cerca de 32 mil mulheres entre 48 e 83 anos ao longo de nove anos.

O estudo indica que o consumo de até duas porções de 19 a 30 gramas de chocolate amargo por semana reduz em até 32% o risco de doenças do coração.

Quando o consumo aumentou para até três porções, o índice caiu para 26%. O índice de redução de risco era nulo nas mulheres que consumiam chocolate amargo todos os dias.

Açúcar e gordura
A pesquisa ressalta que comer muito chocolate não é saudável, por causa do alto índice de açúcar e gordura, que fazem com que as pessoas ganhem peso.
No entanto, o chocolate contém altos índices de flavonóides, uma substância que diminui a pressão sanguínea e protege contra doenças do coração.

Os pesquisadores afirmam que o novo estudo é um dos primeiros a identificar alguns dos benefícios à saúde do chocolate amargo no longo prazo.

"Não se pode ignorar que o chocolate é relativamente intenso em calorias e que grandes porções consumidas habitualmente aumentarão o risco de ganho de peso", afirma Murray Mittelman, um dos autores do estudo, da Beth Israel Deaconess Medical Center, de Boston.
"Mas se você vai se dar um agrado, chocolate amargo é provavelmente uma boa opção, desde que consumido com moderação."

A diferença na qualidade do chocolate também afeta o benefício que o produto traz à saúde. Quanto mais cacau, maior o benefício.

Chocolate amargo pode conter até 75% de cacau, enquanto chocolate ao leite em geral possui até 25%.

Para a nutricionista Victoria Taylor, da Fundação Britânica do Coração, o estudo mostra a importância de se achar o equilíbrio correto na alimentação.

"Antes de se jogar nos doces, é preciso lembrar que enquanto alguns antioxidantes do chocolate são bons para o coração, os mesmos antioxidantes também estão presentes em frutas e vegetais - comidas que não têm gordura saturada ou alta caloria como o chocolate", disse ela.

FONTE: FSP Online

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Intolerância à lactose tem saída

Alguns truques ajudam a driblar o desconforto com muito sabor à mesa

Por Paula Desgualdo


Um copo de leite no café da manhã, um brownie com sorvete depois do almoço e, no jantar, um sanduíche de queijo branco. Esse é um cardápio impraticável para a maioria dos intolerantes à lactose, pessoas que possuem uma deficiência ou ausência de lactase, a enzima que digere o açúcar do leite. Nesses casos, o consumo de laticínios provoca sintomas bem desagradáveis,como gases, dores de barriga, inchaço abdominal, diarreia ou constipação.

“Quando a lactose não é quebrada, ela chega ao intestino grosso intacta, onde é fermentada por bactérias”, explica o Nutrólogo Fernando Chueire, da Associação Brasileira de Nutrologia. E é justamente essa fermentação que leva ao mal-estar. “A intensidade das manifestações depende da dose de substância ingerida e da quantidade de enzima existente no organismo”, afirma a nutricionista Solange de Oliveira Saavedra, do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo.

No início deste ano, especialistas dos Institutos Nacionais de Saúde, nos Estados Unidos, se reuniram para estabelecer os caminhos mais eficazes para o controle do incômodo. A primeira conclusão a que chegaram é que existe uma enorme carência de informação sobre o assunto, desde as causas até os tratamentos. “A própria definição de intolerância à lactose gera confusão tanto na classe médica como na população em geral”, afirma o gastroenterologista, André Zonetti, da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

No Brasil, estima-se que de 20 a 25% das pessoas tenham algum grau de intolerância. “Na verdade, os mamíferos sempre apresentaram uma queda natural na produção de lactase após o período de desmame”, aponta Jaime Gil, gastroenterologista do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. Há milhares de anos, uma mutação tornou essa produção permanente em alguns grupos populacionais. A etnia, portanto, tem parcela de culpa na deficiência de lactase — em povos que não domesticavam o gado, como os africanos, a prevalência é maior. Asiáticos e índios também estão entre os que mais sofrem com a deficiência.

Uma reação comum aos portadores da síndrome é simplesmente deixar de lado os alimentos que caem mal. Apesar de compreensível, essa pode ser uma medida arriscada, ainda mais se tomada sem diagnóstico preciso e a orientação de um profissional. “O leite e seus derivados são a principal fonte de cálcio na dieta”, ressalta a nutricionista Ana Beatriz Barella, da RG Nutri Consultoria em Nutrição. Sem cálcio, você deve saber, quem sofre é o esqueleto.

Segundo Ana Beatriz Barella, não é possível diagnosticar a intolerância baseando-se apenas nas manifestações clínicas — além de os sintomas serem semelhantes aos de doenças gastrointestinais, as reações de cada indivíduo variam muito. “É importante que a pessoa seja encaminhada a um médico, que realizará os exames apropriados”, recomenda. O teste mais comum para detectar a deficiência de lactase é oferecer, no laboratório, uma quantidade controlada de lactose. Aí, é só dosar a glicose no sangue: se ela não aumentar em alguns minutos, sinal de que esse açúcar do leite foi bem absorvido, supõe-se que ele não está sendo digerido a contento.

Dá também para calcular, em outro exame, a quantidade de hidrogênio expirado — e ele é mais uma pista. Afinal, esse gás é resultado da fermentação da lactose no cólon. Um método mais moderno, que analisa o DNA por meio de uma simples amostra de sangue, por enquanto está disponível apenas no Hospital das Clínicas de Porto Alegre. O procedimento custa 120 reais e, diga-se, ainda não tem cobertura pelos planos de saúde.

Uma vez diagnosticada a deficiência de lactase, é preciso pensar em estratégias para adaptar a dieta sem dar espaço a carências nutricionais. “Vamos tateando para determinar qual é a quantidade de produtos lácteos que cada organismo suporta”, diz Jaime Gil. Os pesquisadores americanos notaram que há uma tolerância média de 12 gramas de lactose ao dia, o equivalente a um copo de leite. “E tirar os laticínios de vez do cardápio não é boa ideia, porque o corpo vai entender que realmente não precisa mais produzir as enzimas que digerem esses alimentos”, afirma a nutricionista carioca Juliana Crucinsky. Ou seja, a medida extrema só piora a situação.

O segredo, portanto, é começar com pequenas doses. Também vale a pena investir em alguns derivados do leite que são mais bem-aceitos pelos intolerantes à lactose. Entre outros cuidados, fique atento ao consumo de proteínas e sódio, que aumentam a excreção de cálcio na urina. Tudo isso, não custa lembrar, deve ser feito sob orientação de um especialista. Com um pouco de paciência, e pitadas de leite, dá para levar uma vida saudável sem transtornos e com prazer à mesa.
 
Fonte: Saúde - Ed. Abril

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ingestão de probióticos é benéfica para portador de doença intestinal


Estudo conclui que microrganismos
controlam diarreia em casos de Doença de Crohn

ISABEL GARDENAL

O uso de probióticos – microrganismos vivos que conferem benefícios à saúde das pessoas quando administrados em quantidades adequadas – nos portadores da Doença de Crohn, uma das principais enfermidades inflamatórias intestinais, mostrou-se eficiente no controle da diarreia, sintoma frequente nestes pacientes. O resultado foi obtido na dissertação de mestrado da nutricionista Luciane Cristina Rosim Sundfeld Giordano com pacientes atendidos no Ambulatório de Doenças Inflamatórias Intestinais “Prof. Dr. J. Ricardo Navarro Góes” do Centro de Diagnóstico de Doenças do Aparelho Digestivo (Gastrocentro). 

A pesquisa, apresentada à Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e orientada pelo professor Cláudio Coy, do Departamento de Cirurgia, investigou os efeitos da modulação da microbiota intestinal dos pacientes pela suplementação oral das bactérias Lactobacillus casei e Bifidobacterium breve. Os achados se mostraram animadores, com os pesquisadores observando redução da ocorrência de diarreia assim como melhora do estado nutricional. 

Infelizmente, diz Giordano, a doença de Crohn não é tão rara, lamenta ela, e 424 portadores da doença estão cadastrados e em acompanhamento na Unicamp. Na época, a nutricionista identificou que um grande número de pacientes com doença de Crohn apresentava diarreia de difícil resolução. Propôs então o desenvolvimento de um projeto envolvendo o uso de probióticos para avaliar a sua efetividade. Ela lembra que estes pacientes, na fase de atividade da doença, chegam a apresentar até 25 episódios de evacuações ao dia. “Esta é uma doença crônica que acomete principalmente os indivíduos jovens, podendo atingir todo trato gastrointestinal, isso com repercussões graves como a desnutrição, por exemplo.” 

A pesquisadora trabalha na Divisão de Nutrição e Dietética do HC supervisionando a área de preparo de dietas enterais há mais de 15 anos, além de desenvolver seu trabalho nas enfermarias e nos ambulatórios de Gastro bem como membro da equipe multiprofissional de terapia nutricional. Segundo ela, a sua pesquisa teve início ao ser convidada a atuar nesse Ambulatório pelo médico Juvenal Ricardo Navarro Góes, falecido em 2007. 

Em meados de 2006, o projeto teve então seu início com o intuito de se verificar a ação de um probiótico especial que continha duas cepas (Lactobacillus e Bifidobacterium) na frequência do hábito intestinal e no estado nutricional. “Dados da literatura demonstraram que 70% a 80% dos pacientes hospitalizados com doença de Crohn ativa possuíam graus variados de desnutrição secundária à diarreia”, expõe a pesquisadora. Pelo fato de a doença não ter cura, torna-se portanto fundamental o acompanhamento nutricional, para que a resposta ao tratamento seja mais eficiente.” 

Particularidades
Giordano selecionou 22 pacientes com idade média de 22 anos por ocasião do diagnóstico. Um dos fatores mais impactantes desta doença, conta, é o fato de seu acometimento ser mais frequente em adultos jovens, numa fase da vida em que eles deveriam estar bastante produtivos. Porém, em função do aparecimento da doença, ocorrem diversas limitações. Acredita-se que o seu desenvolvimento, a partir do contato com substâncias com potencial de iniciar um processo inflamatório primariamente intestinal, sejam oriundas da alimentação ou de microrganismos presentes no próprio intestino. “Esta inflamação, que deveria ser de curta duração, torna-se crônica em indivíduos predispostos. Assim, parece lógico supor que a modulação da microbiota intestinal possa alterar diversos aspectos da doença. Este conceito é que orienta inúmeros trabalhos existentes com probióticos na doença de Crohn”, recorda Cláudio Coy.

Giordano esclarece que, na doença de Crohn, ocorre um desequilíbrio da microbiota intestinal. Quando o indivíduo está saudável, existe um padrão na população bacteriana e, nos portadores dessa doença, há uma quantidade reduzida sobretudo de Bifidobacterium, mas também de Lactobacillus, bactérias com ações benéficas ao organismo. Isto explicaria porque esta doença manifesta-se predominantemente no final do intestino delgado e cólon (intestino grosso) – segmentos do tubo digestivo com maior quantidade de bactérias. 

No estudo, a maioria dos pacientes eram portadores de desnutrição, com perda de peso acima de 10% em seis meses. O probiótico liofilizado (em pó) foi-lhes fornecido durante três meses. “Com o seu emprego, observou-se uma recuperação ponderal (de peso) significativa, sem ônus financeiro algum ao paciente. O peso médio aferido no início do estudo foi de 55 kg e, ao final, de 57 kg. Constatou-se melhora também em outros parâmetros nutricionais estudados. Estes dados evidenciaram que o controle verificado na diminuição do número de evacuações com uso do probiótico trouxe secundariamente um ganho significativo em vários aspectos nutricionais, sem que houvesse interferência nos hábitos alimentares destes pacientes, esclarece a nutricionista. 

Segundo o orientador da dissertação, a incidência das doenças inflamatórias intestinais vem aumentando nos últimos anos em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, sem que se conheça ao certo os motivos para tal. O número de casos de doença de Crohn no Ambulatório de Doenças Inflamatórias Intestinais do Gastrocentro, por exemplo, vem crescendo progressivamente. Em 2003, eram atendidos entre dois e três casos numa manhã, dia desse ambulatório, e atualmente entre 30 e 40 pacientes por período. Cláudio Coy afirma que várias alterações genéticas são atualmente conhecidas e muitas delas relacionadas ao desenvolvimento desta doença. Em algumas famílias e em determinados grupos raciais, há uma incidência maior do que na população geral.

Ao explicar como é a doença, o médico relata que se trata de uma enfermidade crônica e limitante. Além disso, seus portadores lidam com diarreia, cólicas, osteoporose, não se alimentam adequadamente, têm desnutrição, anemia e outras manifestações que transcendem o acometimento intestinal, piorando a qualidade de vida. Muitos pacientes têm que ser operados várias vezes, ficam debilitados e mais predispostos a infecções e complicações pós-operatórias.
Tanto Cláudio Coy como Giordano acreditam que a resposta inflamatória que ocorre no intestino, com envolvimento de outros órgãos, seja desencadeada por alguma alteração na microbiota intestinal e que a sua modulação pode melhorar o curso da doença. A expectativa de ambos é que o emprego de probióticos mostre-se cada vez mais útil, podendo ser instituído como terapia adjuvante ao tratamento medicamentoso.

Descoberta
De acordo com definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2002, a mais utilizada internacionalmente, os probióticos são “microrganimos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro”. O pioneiro no estudo com probiótico foi o cientista russo Élie Metchnikoff, em 1908, que descobriu o Lactobacilus bulgaricus, a ele cabendo no mesmo ano o Prêmio Nobel de Medicina, por verificar o papel positivo da seleção de bactérias na longevidade do ser humano, o que demonstra que o tema vem sendo investigado há muitos anos.
A partir das suas observações sobre a população de camponeses da Bulgária, sugeriu que as bactérias do leite seriam facilitadoras para a manutenção da saúde e prevenção de doenças, sendo, desta forma, importantes para retardar o envelhecimento. Na época, ele constatou a longevidade dos camponeses búlgaros que, ao saírem para trabalhar, transportavam leite de búfala em moringas de couro. O leite fermentava e eles o ingeriam ao longo do dia. Descobriu-se aí o valor do probiótico, o qual recebeu o nome de Lactobacillus bulgaricus por este motivo. 

Neste mesmo período, Henry Tissier, pediatra e microbiologista francês, descobriu que nas crianças em aleitamento materno exclusivo havia a colonização excessiva de um organismo dominante – os quais foram denominados bifidobactérias pelo formato bifurcado – em crianças saudáveis. Observou que as fezes de crianças com diarreia continham baixos níveis deste microrganismo sugerindo que esta bactéria seria administrada a fim de ser restituída a microbiota intestinal saudável destes bebês. Em 1930, no Japão, Minoru Shirota descobriu um probiótico nomeado Lactobacillus casei, cepa Shirota, o qual foi capaz de sobreviver à passagem de todo o trato gastrointestinal, sendo resistentes à acidez e bile, chegando vivos nas fezes.

Publicação
Dissertação de mestrado: “Avaliação de parâmetros clínicos e nutricionais com emprego dos probióticos Lactobacillus casei e Bifidobacterium breve em portadores de Doença de Crohn”
Autora: Luciane Cristina Rosim Sundfeld Giordano
Orientador: Cláudio Saddy Rodrigues Coy
Unidade: Faculdade de Ciências Médicas (FCM)

Fonte: Jornal UNICAMP

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ingrediente contaminado por salmonela não circula no Brasil

A proteína vegetal hidrolisada fabricada pela empresa norte-americana Basic Food Flavors Inc e contaminada por salmonela não circula no mercado brasileiro. É o que indica investigação realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após tomar conhecimento da contaminação do referido ingrediente no mercado estadunidense.

A Proteína vegetal hidrolisada é um ingrediente utilizado para realçar o sabor de produtos como molhos, sopas, salgadinhos, alimentos à base de soja e comidas congeladas. Após saber da contaminação, a empresa Basic Food Flavors Inc. realizou recolhimento voluntário, no mercado norte americano, de toda proteína vegetal hidrolisada em pó e em pasta fabricada a partir de 17 de setembro de 2009.

Alguns alimentos que continham o ingrediente e que não foram submetidos a processo de cozimento durante a fabricação ou que não seriam cozidos, posteriormente, pelos consumidores também foram incluídos no recolhimento. O Food and Drug Administration (FDA), organismo de controle sanitário de alimentos nos Estados Unidos, afirma que não há registro de casos de salmonelose em humanos associados a esta contaminação.

A salmonelose é uma infecção alimentar causada pela bactéria salmonela, encontrada principalmente em alimentos de origem animal, como ovos, leite e carnes. Os sintomas mais comuns da doença incluem dores abdominais, diarréia, calafrios, náusea e vômito.

Investigação

No Brasil, a Anvisa teve conhecimento do caso por meio de consulta de rotina ao site do FDA. A partir daí, diversas medidas foram adotadas pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) para verificar a possibilidade de circulação do produto contaminado no país.

A primeira ação foi identificar se a proteína vegetal hidrolisada da empresa Basic Food Flavors havia entrado no Brasil. A Anvisa verificou que, após o recolhimento do produto no mercado norte americano, o ingrediente foi importado para o nosso país por duas empresas: Bertin SA e IFF Essências e Fragrâncias Ltda.

Em seguida, a Agência solicitou que o Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo (CVS/SP) realizasse inspeção sanitária nas duas empresas, localizadas no referido estado. O objetivo era verificar especificações da carga importada com suspeita de contaminação, checar se a matéria-prima importada foi utilizada e para quais produtos e averiguar se o controle de qualidade da empresa detectou contaminação por salmonela na matéria-prima importada ou no produto final.

Além disso, a inspeção checou se havia matéria-prima importada disponível no estabelecimento e em qual quantidade. As empresas também foram questionadas se receberam informação do fornecedor norte-americano sobre o recolhimento e, em caso positivo, quais foram às ações adotadas aqui no Brasil.

IFF Essências e Frangrâncias Ltda

Na empresa IFF Essências e Fragrâncias Ltda, a inspeção verificou que a matéria-prima importada encontrava-se segregada para descarte. A embalagem estava com lacre original do fornecedor e só foi aberta pela Vigilância Sanitária e posteriormente lacrada pela própria Vigilância Sanitária.

A Vigilância Sanitária coletou amostras do produto para análise fiscal e interditou o restante, aproximadamente 23,8kg. A empresa informou que foi comunicada pelo fornecedor do risco da contaminação e rejeitou o ingrediente no ato do recebimento do produto.

A IFF Essências e Frangrâncias Ltda afirmou, ainda, que realizou uma única importação de proteína vegetal hidrolisada fabricada pela empresa Basic Food Flavors Inc., após a data de recolhimento. De acordo com a empresa, não houve utilização da matéria-prima importada com suspeita de contaminação no processo de fabricação.

Bertin SA

Já a empresa Bertin SA informou para a Vigilância Sanitária que não foram detectados desvios nos padrões microbiológicos da matéria-prima conforme laudos enviados pelo fornecedor. Outro ponto destacado pela empresa foi o de que o ingrediente é utilizado na etapa de emulsificação do produto. Posteriormente, há a etapa de processo térmico (mínimo 1 hora acima de 72ºC), que elimina possível contaminação por samonela nos alimentos.

O Controle de Qualidade da empresa efetua a análise microbiológica de todos os lotes de matérias-primas utilizadas e o recebimento e a liberação de uso no processo produtivo ocorre somente após a comprovação da conformidade dos resultados em relação aos padrões exigidos. Não houve detecção de salmonela em nenhum dos lotes de proteína vegetal hidrolisada recebidos pela empresa.

Os produtos acabados ainda são analisados por lote e data de fabricação e a expedição e liberação do produto para o mercado ocorrem somente após o resultado de conformidade do produto. A Bertin SA informou que não houve detecção de salmonela em nenhum dos produtos acabados envolvidos.

A Anvisa continuará a monitorar o caso e, se necessário, tomará novas ações sanitárias para proteger a saúde da população. Informações completas sobre o caso e as ações de controle sanitário adotadas pela Anvisa podem ser encontradas no Informe Técnico 42/2010.

Danilo Molina - Imprensa/Anvisa (21/07/2010)

Formulário Nacional Fitoterápico em Consulta Pública


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou, na última terça-feira (20), a Consulta Pública 73, para que sejam apresentadas sugestões à proposta de atualização do Formulário Nacional Fitoterápico. A medida faz parte das ações realizadas pela Anvisa para fortalecer a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e a Política de Práticas Integrativas no Sistema Único de Saúde (SUS).

O formulário é um instrumento importante para os órgãos de vigilância sanitária, pois padroniza as formulações à base de plantas medicinais, e facilita a fiscalização e o controle sobre esses produtos. “Um dos objetivos é proporcionar mais segurança para o consumidor ao utilizar um produto fitoterápico”, afirma a diretora da Anvisa Maria Cecília Brito.

O formulário padroniza formulações de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos a serem manipulados nas Farmácias de Manipulação e nas futuras “Farmácias Vivas”, ainda a serem regulamentadas pela Anvisa.
 
A proposta de resolução já está disponível no site da Anvisa e as sugestões devem ser encaminhadas, por escrito, para o endereço da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/DIMCB/NEPEC/COFAR, SIA Trecho 5, Área Especial 57, Bloco E, 1° andar, Sala 4, Brasília – DF, CEP 71205-250; por fax: 61 3462-5674, ou para o e-mail cp73.2010@anvisa.gov.br.
 
O que são medicamentos fitoterápicos?
 
Fitoterápicos são medicamentos obtidos de plantas medicinais, capazes de aliviar ou curar enfermidades. As plantas medicinais são aquelas que têm tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las, é preciso conhecer a planta e saber onde colher e como prepará-la.

Medicamentos fitoterápicos podem ser industrializados ou manipulados, sendo que os industrializados são produzidos por indústrias farmacêuticas e devem ser registrados na Anvisa antes de sua comercialização. Os manipulados são produzidos em farmácias de manipulação mediante apresentação da prescrição médica.. Tanto a farmácia como a indústria têm que ser autorizadas pela Vigilância Sanitária.

Paulo Maximiano - Imprensa/Anvisa