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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cozimento a vácuo divide opiniões

 A imagem de alimentos embalados a vácuo é inevitavelmente associada a produtos prontos ou pré-cozidos, vendidos nos supermercados ou mesmo a alguns pratos normalmente insípidos servidos por companhias aéreas. Mas o badalado - e ainda assim controverso - método de cozimento a vácuo pode fazer com que a comida ganhe sabor.

Também conhecido como sous vide, o cozimento a vácuo consiste basicamente em fechar o alimento (uma peça de carne temperada, por exemplo) em uma embalagem própria, tirar todo o ar do pacote e submetê-lo a um cozimento mais lento e a baixa temperatura com o objetivo de conservar os nutrientes e os predicados do produto, como a suculência e o sabor. Enquanto o aroma do que cozinhamos normalmente se espalha pela casa, no cozimento a vácuo ele fica preso na embalagem. 

A técnica começou a ganhar alguma notoriedade nos anos 70, mas até hoje boa parte dos restaurantes só usa vácuo para prolongar a vida útil de alimentos e bases, como molhos. Um episódio da cozinha francesa, no entanto, ajudou a ampliar a utilização. A história envolve o chef Pierre Troisgros - três estrelas no Guia Michelin e pai do renomado Claude Troisgros, dos restaurantes Olympe, 66 Bistrô e CT Brasserie, todos no Rio de Janeiro.

Certa vez, Troisgros convidou o também cozinheiro Georges Pralus para ajudá-lo a encontrar uma maneira de fazer o foie gras ser mais bem aproveitado durante o preparo. Pralus, considerado o inventor do sous vide, concluiu o seguinte: no preparo tradicional, perdia-se de 30% a 50% do volume do fígado de ganso (ou pato). No cozimento a vácuo, a perda era inferior a 5%. E a carne preservava a suculência.

FONTE: Página Comidas - IG

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Controlar o glúten na dieta pode ajudar a emagrecer

Nutricionistas falam sobre as vantagens de reduzir o consumo de glúten na alimentação diária.
 
Na hora de fazer a massa é ele que dá a liga. O glúten é uma proteína encontrada em algumas farinhas e grãos

Os alimentos que contem glúten são aqueles feitos a partir de farinha de trigo, centeio cevada e aveia.

Por causa das pessoas portadoras da doença celíaca, uma hipersensibilidade ao glúten, por lei, todos os produtos indicam se ele tem ou não esta proteína.

Mas muitos nutricionistas estão retirando o glúten da alimentação dos pacientes por outros motivos.

“Normalmente as pessoas vão em busca da perda de peso mas a gente consegue melhor tantos sintomas como a dor de cabeça , TPM , inchaço tem gente que tudo o que come para no estômago o intestino fica mais regular.

Os gases somem praticamente, ela desincha pro causa das alterações metabólicas que o glúten traz”, explica Diana Fonseca Cullon , nutricionista.

Você pode continuar comendo pães, biscoitos ou bolos. É só consumir produtos feitos com farinha de arroz, de mandioca, de milho ou de batata já existe até macarrão sem glúten no mercado.

Tudo que é feito a base de polvilho também não tem a proteína, como biscoitos e pão de queijo.

Na despensa de Lucia Helena Bessa, empresária, só entram produtos sem glúten.

“É um chocolate de soja e o biscoitinho que tem por dentro ele não tem glúten”, conta.

Ela aderiu à dieta para acabar com o stress e o cansaço e ainda conseguiu perder peso.

“Eu perdi quatro quilos e eu perdi medida. Estou no manequim 36. Eu tinha chegado quase no 40. Você tem humor melhor, você fica com mais disposição pra tudo”, afirma.

A nutricionista Patrícia Soares revela por que o glúten provoca tantos efeitos desagradáveis. 

Veja o Vídeo: Vídeo Rio Alimentos  

Fonte: Jornal Hoje - GLOBO

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sorvetes nascidos em laboratório não engordam e são deliciosos

Na busca por uma receita mais nutritiva e saudável, foram feitos vários testes e se chegou a um sorvete sem leite, feito de soja.
 
Quem resiste ao sorvete? É um desfile de cores e sabores. O gosto varia, depende da região do Brasil. Tem de bacuri, guavira, castanha, cupuaçu, açaí, taperebá. Os nomes diferentes das frutas revelam a fartura e a criatividade dos brasileiros. Mas tem gente que exagera na combinação.

É um tal de incrementar o sorvete com creme, leite condensado e açúcar. Será possível tomar aquele sorvete sem se preocupar com a balança?

O sorvete foi criado há mais de três mil anos pelos chineses. Eles usavam neve, mel e frutas. Aqui, no Brasil, as receitas ganharam toques exóticos.

Chinesa de nascimento e brasileira por opção, a bioquímica Sin Huei Wang, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), e a engenheira de alimentos Renata Torrezan, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), fizeram o sorvete sem leite de vaca.

“O sorvete tradicional, além de ter leite de vaca, agrega creme de leite, leite em pó e nata. São fontes de gordura animal. E essa gordura animal faz mal para a saúde”, diz Sin Huei Wang.

Mas como fazer sorvete sem leite? Foram feitos vários testes no laboratório, numa corrida pela receita mais nutritiva e saudável. Tira a casca da soja, separa o grão, cozinha e tritura. E tem uma razão para fazer a massa com o grão de soja descascado e não usar o extrato, o leite de soja.

“No caso de utilizar o grão, a gente vai ter uma concentração muito maior de proteína nessa massa de soja, porque, quando a gente faz o extrato a partir do grão de soja, a gente perde 70% a 80% da proteína. Então, nessa massa, nós temos maior concentração de proteína”, explica a engenheira de alimentos Renata Torrezan, da Embrapa.

A massa substitui o leite de vaca, bom para quem tem intolerância a lactose. E as vantagens não param aí.

“Tem menos 80% de gordura, 50% menos de caloria e ainda tem fibra”, afirma a nutricionista Elaine Souza Lima, da UFRRJ. “A gordura que ele tem é uma gordura boa. São os ácidos graxos poli-insaturados que são os ácidos que têm o papel na diminuição do colesterol ruim”, diz Elaine.

Que a soja faz bem todo mundo sabe, mas como evitar aquele gosto de feijão cru? “Nós desenvolvemos uma tecnologia. Os grãos de soja passaram por um tratamento térmico que tira esse sabor forte da soja”, declara Elaine Souza Lima.

A essência de morango é para ficar ainda mais atrativo. A repórter faz o teste do sabor e aprova: “é igualzinho”.

O sorvete sem leite e com massa de soja ainda está sendo testado, mas as pesquisadoras já descobriram que é viável e barato.

Nesse verão escaldante, o geladinho cremoso é um alívio. O Brasil produz por ano mais de 950 milhões de litros de sorvete. Ao todo, 70% dessa quantidade são consumidos nessa época.

Em Minas Gerais, a nutricionista Ana Vládia buscou nos sabores da infância, novas alternativas de receitas geladas. Que tal fazer do sorvete um aliado para reforçar o sistema imunológico, proteger a pele, a visão e o intestino?

Nesses dias ensolarados e quentes, quem não gosta de um sorvete pra refrescar? Várias pessoas formam fila para experimentar o sorvete desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa (UFV), na praça da igreja matriz.

Mas será que as pessoas vão conseguir identificar quais ingredientes foram usados no sorvete?

“É muito gostoso, não estou descobrindo do que é”, declara um senhor. O menino provou o sorvete e gostou. Na hora de adivinhar o sabor, ele aposta: “é de nata?”. “Está bom, mas eu não consegui definir o sabor”, comenta uma mulher.

Até que a repórter revela que o sorvete é inhame. Uma mãe diz que a filha não come inhame, apesar de ter provado o sorvete e ter adorado o sabor.

“É uma forma de incentivar as crianças a comerem alimentos mais saudáveis. Sorvete toda criança gosta”, elogia uma mulher.

As receitas foram testadas no Laboratório de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa. E é fácil fazer.

O inhame cozido é batido no liquidificador. A nutricionista acrescentou coalhada feita em casa. É um excelente anti-inflamatório e ajuda no funcionamento intestinal. Se quiser simplificar, pode usar iogurte natural industrializado. Tudo é batido no liquidificador, junto com o leite condensado, que pode ser light.

O segredo para que fique no ponto certo é não bater muito, senão o inhame acaba engrossando. É para ficar igual a um purê.

O inhame é depurativo do sangue. A ação anti-inflamatória faz bem para pele e ajuda até no combate as celulites, que são inflamações nas células de gordura. É um sorvete turbinado!

“Você tem vitaminas do complexo B, você tem vitamina C, você também tem traços de vitamina E e um conjunto de outras substâncias naturais que você encontra no próprio inhame, como antioxidantes, que juntamente com as vitaminas e os outros componentes dessa preparação, auxiliam na prevenção de doenças crônicas, principalmente aquelas relacionadas ao stress”, explica a nutricionista Ana Vládia Bandeira Moreira, da UFV.

Mas um alerta: ele não é aconselhável para diabéticos, porque tem muito açúcar.

O sorvete de abóbora com abacate também é uma alternativa de alimento refrescante rico em ácidos graxos, que fazem bem ao coração.

“Tem o betacaroteno, tem vitamina A, que ajuda não só na questão dos processos ligados à cicatrização, à função da nossa visão. Previne também doenças de pele e câncer de pele. Essa substância é importante na prevenção nessa época do verão”, aponta a nutricionista Ana Vládia.

Nessa receita, vai abóbora cozida, com abacate. Metade do emulsificante, aquele produto usado para dar cremosidade ao sorvete, é substituída por um gel de linhaça feito a partir da fervura da semente.

“Então, além de substituir parcialmente o aditivo você também está adicionando na preparação fibras solúveis, uma fibra da linhaça bem conhecida e estudada na prevenção de doenças do trato digestório, disfunções intestinais e o próprio diabetes”, diz Ana Vládia.

E o mais surpreendente: o número de calorias desses sorvetes nutritivos é muito menor. Dá para comer sem culpa!

“No caso do sorvete de inhame, uma bola de sorvete tem apenas 69 calorias. O de abacate com abóbora tem em torno de 83 calorias. O sorvete convencional de creme ou chocolate, na mesma quantidade, deve ter em torno de 120 a 140 calorias. Então, é uma redução de 40%”, explica a nutricionista.

É um sorvete altamente nutritivo com pouca gordura. “Muito bom, muito bom mesmo. Não só para crianças, mas para a gente também”, comenta um senhor.

Vídeo da Reportagem; Vídeos Rio Alimentos

Fonte: Globo Reporter - GLOBO

Dietas à base de líquidos não ajudam a emagrecer

Ao substituir refeições por sucos ou sopas, o líquido não sustenta o organismo. Uma hora o cérebro pede para mastigar alimentos.
 
Sol e praia são puro prazer, mas não para todo mundo. A comerciante Áurea Barcellos está sempre de regime. Se a promessa é emagrecer, ela faz. Já tentou cada receita, até a dieta de suco de couve com laranja.

Mesmo fazendo cara feia, Áurea se arrisca nas dietas líquidas. A da sopa, ela aguentou pouco tempo. “Aquele que diz que faz dieta da sopa todo dia, não faz. Faz um sopão, bota na geladeira e vai esquentando. E aquilo vai enjoando”, critica a comerciante. Áurea conta também que com a dieta do suco chegou a emagrecer 3 kg, mas manteve por apenas três meses. 

O problema é manter o peso. Nesse calor, seguir dietas líquidas, substituindo refeições por sucos, sopas e vitaminas, parece uma boa pedida. Mas como o corpo reage a essa mudança alimentar?

“Ela tem um efeito limitado, porque uma pessoa precisa de 2.000 a 2.200 calorias para manter o peso corporal. Se ela passa a tomar 600 calorias em uma sopa, não tem como não emagrecer”, diz a nutricionista Josefina Bressan, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Encontrar respostas é um desafio para as nutricionistas e pesquisadoras Josefina Bressan e Denise Machado Mourão. Suco de melancia ou a fruta em pedaços: o que mata a fome por mais tempo? Leite de coco ou coco em pedaços? Leite ou queijo?

Um estudo feito por elas nos Estados Unidos investigou o que acontece com a nossa fome, quando ingerimos alimentos líquidos e sólidos. Ao todo, 120 pessoas participaram do estudo, entre homens, mulheres, gordos e magros.

As porções de líquidos e sólidos eram idênticas. Havia a mesma quantidade de calorias na fruta e no suco. Os voluntários comiam em um dia a refeição líquida, e no outro, a sólida. Depois, comiam pequenos sanduíches até ficarem satisfeitos. Não deu outra. No dia dos líquidos, a fome era sempre maior.

“Por exemplo, nos dias em que eles testavam os líquidos, eles já comiam mais sanduíches na hora do almoço, comparando com o dia em que eles comiam o sanduíche e o sólido”, diz a nutricionista Denise Machado Mourão. “Também ao longo do dia, a gente viu isso. Então, a fome veio muito mais rápida”.

“Com a dieta do suco, do segundo para o terceiro dia, você fica fraca. Não tem condições. Aí, quando passa o efeito, você está fraca e precisa comer. Então, você come o dobro”, aposta a comerciante Áurea Barcellos.

Os pesquisadores confirmaram que ninguém aguenta muito tempo se alimentando só com líquidos. Chega uma hora em que o cérebro pede para comer e mastigar alimentos. A pesquisa também revelou que se engana quem pensa que vai emagrecer trocando uma boa refeição por sucos, vitaminas e sopas.

Ao mastigar os alimentos, enviamos sinais ao cérebro. No hipotálamo, ficam os centros de controle da fome e o da saciedade. É ali que chegam as informações de que estamos nos alimentando.

Outros sinais vêm do sistema digestivo. Quando a gente mastiga e engole os alimentos, o estômago vai enchendo e as paredes vão se distendendo. Este movimento ativa receptores estomacais que enviam sinais ao centro de controle da fome no cérebro.

A presença de comida no estômago inibe a produção de grelina, o hormônio da fome, e aumenta a produção de leptina, o hormônio da saciedade.

“A fome não é por alimento líquido. Ela exige algo que mastigue. Então, normalmente são pães que ela vai comer ou algo que ela possa colocar na boca e mastigar”, diz a nutricionista Josefina Bressan, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Mas e, quando a gente para com as dietas líquidas, o que sente vontade de comer? “Sente mais necessidade de comer comida pesada mesmo. Comer macarrão, feijão, arroz, carne assada, farofa”, revela a comerciante Áurea.

Ainda assim, essas dietas sempre atraem muitos seguidores. São centenas de páginas na internet, onde Áurea encontra as novidades.

O problema é que, a cada tentativa desesperada de emagrecer, a pessoa faz dietas pobres em nutrientes, perde peso, mas não perde gordura e, sim, massa magra, que são os músculos. E quando engorda de novo, não recupera a musculatura. Ganha gordura!

“Por que algumas pessoas dizem que já tentaram de tudo e não conseguem? Porque a composição corporal está toda modificada”, alerta diz Josefina Bressan. “É mais difícil voltar a essa saúde. O que a gente está tentando colocar na cabeça das pessoas é não ganhar peso. E se ganhar peso, perder de forma saudável”.

Para a simpática Áurea, é uma batalha que ela ainda sonha em vencer. “Adoro praia, fiquei não querendo mais saber de praia. É porque a pessoa fica se sentindo mal. Você não vai à praia e diz que é por causa do sol. Mentira, é por causa do corpo mesmo”, revela a comerciante.

Veja Vídeo da Reportagem: Vídeos Rio Alimentos

Fonte: Globo Reporter - GLOBO

Especialistas recomendam água de coco para o verão

Os maiores centros de nutrição do país criaram uma lista surpreendente com os melhores alimentos para enfrentar o calor dessa estação.
 
No verão mais quente dos últimos anos, como ajudar o corpo a se proteger? A receita do bem-estar começa pela mesa. Manter a saúde, com os termômetros em alta, é um desafio. Quais os alimentos que mais podem nos ajudar? O Globo Repórter consultou os maiores centros de nutrição do país, e eles criaram uma lista surpreendente.

Vamos começar pela unanimidade. O alimento mais importante, na verdade, não se come. A água é essencial. Nos dias mais quentes, devemos beber, no mínimo, dois litros.

Mas é na hora de comer que os especialistas revelam a diversidade dos nossos sabores. E não imagine nada complicado. Em sexto lugar, deu empate: o iogurte, grande fonte de cálcio, e a mistura número um da nutrição brasileira, arroz e o feijão. Esta é uma combinação que nunca deve ser esquecida.

Mas que tal mudar a receita? “O feijão fradinho é ótimo para comer como salada. Você já mistura o tomate com a cebola, pode temperar do jeito que quiser. Então, você está com a tua leguminosa, com o hábito alimentar do brasileiro, e você pode comer frio”, afirma a nutricionista Márcia Madeira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Na cozinha de sua própria casa, a doutora em segurança alimentar garante: a salada de feijão frio, fonte riquíssima de proteínas, é uma opção menos arriscada do que uma feijoada.

Os pratos quentes estragam mais rápido no verão. Tanto que 30% dos casos de intoxicação alimentar acontecem nessa estação.

“Se você deixar, em duas horas, a comida quente já corre risco de contaminação, porque a gente está vivendo em uma umidade relativa muito alta e em uma temperatura muito alta. É uma estufa excelente para o crescimento microbiano. Você tem menos risco (com a comida fria), é mais uma vantagem”, sugere a nutricionista Márcia Madeira.

Em quinto lugar, mais um empate: o tomate e a laranja. Mas, se você está pensando naquele suco geladinho, cuidado.

“Se você for tomar como suco, aumenta muito a proporção de calorias nesta porção. Então, é preferível comer a laranja, chupar a laranja e engolir o bagaço. Por conta das fibras, ela ajuda no funcionamento do intestino, além de contribuir com vitaminas e minerais”, aponta a nutricionista Sônia Tucunduva Phillípi, da Universidade de São Paulo (USP).

Em quarto lugar, vem outra fonte de fibras: a alface. A rainha de todos os regimes brilha nas dietas do verão.

“O verão é uma época do ano em que as pessoas querem normalmente emagrecer e querem uma condição de vida boa para poder fazer as suas atividades. Então, eu pensei primeiro que a alface representa este grupo das verduras e é muito leve, muito gostosa de comer”, ressalta Sônia Tucunduva Phillípi.

E o que dizer da saborosa melancia? Ela ficou em terceiro lugar, indicada por um em cada dois cientistas que consultamos. Gelada, ela é um dos símbolos do verão, uma paixão brasileira. E o vermelho forte é fonte de muita saúde.

“Tem uma ação interessante na proteção de algumas membranas, de alguns órgãos importantes. Para os homens, tem a questão da prevenção. O hábito destes alimentos no cotidiano previne doenças graves, como o câncer de próstata”, declara a nutricionista Ana Vládia Bandeira Moreira, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

“A melancia está no auge da sua safra, está mais doce, é um alimento considerado refrescante pela grande quantidade de água, pela sua quantidade de carboidratos. Então, é uma fruta que une hidratação e energia”, explica o nutrólogo Mauro Fisberg, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O segundo colocado da lista derrubou a proteína preferida do brasileiro. No lugar da carne, ficou o peixe. Indicado por seis das dez universidades consultadas, ele sustenta e não pesa no estômago.

“A maior parte do nosso organismo é feita de proteína, massa muscular. E tem várias reações no organismo que dependem de aminoácidos essenciais. Então, a gente precisa de proteínas. É quando entra o peixe que é de fácil digestão. Então, no verão, ele é bem indicado”, diz a nutricionista Márcia Madeira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Você deve estar se perguntando qual o alimento que ficou em primeiro lugar. Nada mais verão, nada mais tropical, nada melhor do que uma boa água de coco nesta estação quente. O líquido foi indicado por sete dos dez pesquisadores consultados.

“Primeiro, porque ele refresca. Você consome a água de coco gelada. Junto dela, vem o potássio, cálcio e magnésio, e estes minerais são importantes para a saúde humana”, diz o engenheiro de alimentos Fernando Abreu, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Nesse calorão, uma pessoa pode perder até dois litros de água por dia na transpiração, para manter a temperatura do corpo. E no suor não eliminamos apenas água.

“O suor é um pouco salgado, porque tem muito sódio, potássio e magnésio. Então, a água de coco repõe isso. Várias outras frutas, vários outros alimentos também repõem, mas a água de coco é especial, porque ela já vem prontinha”, declara o engenheiro de alimentos da Embrapa.

A água de coco é boa para o coração e outros músculos. Evita as cãibras, como a banana. Mas a água de coco tem uma vantagem: quase nada de gordura e pouquíssimas calorias. Mas ela só é perfeita e completa na embalagem natural.

No laboratório, pesquisadores tentam criar um processo capaz de manter as qualidades originais dessa água milagrosa. Quem imaginaria: até Madonna deve estar interessada nesse trabalho. A rainha do pop diz que não fica sem este gostinho brasileiro, nem nos Estados Unidos. E por lá, a nossa água de coco já está sendo chamada de água da juventude.

Veja Vídeo da Reportagem: Vídeos Rio Alimentos 

Fonte: Globo Reporter - GLOBO

Ração humana atrai adeptos pela praticidade

Dietas malucas podem fazer muito mal ao organismo, pois os músculos ficam mais fracos e sofrem com a falta de energia.
 
No Brasil, a busca incansável tem uma nova receita. Ração humana: você sabe o que é isso?

São, pelo menos, 10 ingredientes, todos em pó e naturais. É uma receita que está se espalhando pelo Brasil, a dieta da moda.

A corretora de seguros Léa Fornazzari resolveu substituir o café da manhã por essa mistura milagrosa que promete de tudo: perda de peso, rejuvenescimento e bom funcionamento do intestino. “Eu não engordo mais. Eu como, mas não engordo, e tenho disposição”, afirma.

 Paranaense de 52 anos, Léa mora em São Paulo. Ela é ativa, sempre interessada em alimentação saudável e chegou a tomar o suco vivo para emagrecer.

A corretora de seguros conta que, com o suco vivo, ela tinha muita energia, que o cabelo e a pele melhoraram, mas explica por que parou de tomar. “Você não pode deixar ele cortado na geladeira. Você tem que cortar na hora em que você vai fazer. Então, não é uma coisa prática que eu possa carregar, levar para onde eu for. Por isso, eu parei, porque dava muito trabalho”, revela.

Esse é um trabalho que a mistura de cereais não dá. Mas de onde vem a receita que parece mágica? Léa Fornazzari, como milhares de brasileiros, encontrou a fórmula na internet.

E o Globo Repórter foi para a feira, junto com a corretora de seguros, em busca dos produtos naturais da farinha. Na receita, ela mistura 13 ingredientes. Léa leva a receitinha e já pede a quantidade que vai precisar para preparar a mistura.

A corretora de seguros revela alguns itens que estão na sua lista: soja em pó, farelo de trigo, farelo de aveia, gergelim, levedo de cerveja, linhaça dourada moída.

“A linhaça é um elemento muito importante que mantém o ritmo intestinal, tem vitaminas e modifica o trato de trânsito do intestino. Ao mesmo tempo, ele previne algumas alterações que nós temos de doenças”, aponta o nutrólogo e professor Mauro Fisberg, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Quantos produtos naturais! Mas será que misturar tudo isso é mesmo bom para todo mundo?

O professor Mauro Fisberg diz que três colheres ao dia não fazem mal a ninguém. Mas quem é diabético ou tem problemas cardíacos, cuidado: é melhor evitar açúcar mascavo, cacau e o guaraná em pó. “Uma pessoa que é normal e come normalmente todos os tipos de alimentos não precisaria de nenhum outro suplemento”, afirma o nutrólogo.

“Não adianta colocar coisas que sejam muito diferentes, porque a pessoa não consegue manter estes alimentos que não são do seu hábito durante muito tempo”, ressalta a nutricionista Sônia Tucunduva Phillípi, da Universidade de São Paulo (USP).

Na receita da Léa, ainda tem gelatina sem sabor, açúcar mascavo, cacau, farinha de maracujá, quinua, gérmen de trigo e guaraná em pó. No total, a conta da corretora de imóveis deu R$ 36.

Isso dá menos de R$ 1 por dia para duas pessoas e dura quase dois meses na geladeira. De todas as dietas que Léa já fez, essa é a mais saudável e prática.

Mas Léa afirma que não vale tudo para entrar em um vestido, existem limites. “Eu não sou deste tipo que acha que vale tudo. Eu acho que em primeiro lugar está a minha saúde”, afirma.

Pouca gente se preocupa com o corpo o ano inteiro. A maioria exagera, come o que tem vontade e não faz nada para queimar aquelas gordurinhas extras que em dias nublados nem chamam tanta atenção. Mas é só sair o sol que muitos deixam o bom senso de lado e são capazes de fazer loucuras para entrar em forma.

As magrinhas se exibem e confessam sacrifícios assustadores. “Eu não tomava café da manhã, não comia nada, só almoçava salada e um grelhado, durante praticamente um ano. Mas tive tontura, dor de cabeça. Todo dia, passava mal”, conta a supervisora Vívian Nogueira.

“A primeira coisa que você acaba perdendo são as proteínas mais nobres que são as proteínas musculares”, explica o nutrólogo Mauro Fisberg.

O nosso corpo está programado para proteger os órgãos vitais, como o cérebro, o coração e os pulmões que precisam de muita energia, que vem dos alimentos.

Quando entramos em um regime maluco, o cérebro determina: a energia deve ser retirada dos músculos. E eles ficam mais fracos, sofrem com a dieta. A falta de vitaminas derruba nossas defesas e aumenta a degeneração celular.

“Para matar a fome, eu tomava muito café sem açúcar. Matava a fome, mas acabou com o meu estômago também”, lembra a aposentada Clarice Quagio.

“A cafeína, em alguns elementos, tira bastante a fome, mas, ao mesmo tempo, tem uma ação estimulante importante. E ao mesmo tempo, uma ação tóxica age sobre o nosso trato intestinal, e ela acaba tendo uma duodenite, uma esofagite e pode chegar até a uma úlcera, por irritabilidade”, diz Mauro Fisberg.

“Eu consegui emagrecer 20kg, em um ano”, conta a manicure Téia Santana que, há três anos, passou a comer só carne e salada durante a semana. As lasanhas, pizzas, carboidratos ficaram só para sábados e domingos.

“Em vez de ela restringir o carboidrato para uma vez por semana, ela poderia comer porções muito menores de carboidrato todos os dias, combinadas com proteína, combinadas com vegetais, legumes e frutas que poderiam ser exatamente iguais em termos de perda de peso com muito menos dano para a vida futura dela”, explica o nutrólogo.

“Acho que tudo tem que ter um equilíbrio. Eu não deixo de comer nada do que eu tenho vontade, mas eu sei até onde eu posso ir. Quando exagero, eu sei que eu tenho que voltar. E aí dar uma revisão na coisa. O ideal é você comer sem culpa”, comenta a corretora de seguros Léa.

Sem culpa e com muito prazer. No dia seguinte, ela vai queimar os excessos, até porque aquele pretinho básico precisa entrar no verão que vem.

Confira o Vídeo da Reportagem: Vídeos Rio Alimentos

Fonte: Globo Reporter - GLOBO

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Estudo não mostra relação entre gordura saturada e risco cardíaco


Uma metanálise de 21 estudos, que incluíram ao todo 348 mil adultos, não encontrou uma relação direta entre consumo de gordura saturada e risco de doenças cardiovasculares, como infarto e derrame. O trabalho foi publicado no periódico "American Journal of Clinical Nutrition".
Os participantes foram questionados sobre seus hábitos alimentares e acompanhados por um período de cinco a 23 anos -dependendo da pesquisa. Nesse intervalo, 11 mil sofreram um evento cardiovascular.
Os resultados não apontaram diferença no risco de doenças cardiovasculares entre as pessoas com o menor e o maior consumo de gordura saturada.
A análise incluiu estudos epidemiológicos, nos quais os participantes foram questionados sobre sua dieta e acompanhados para verificação de problemas cardiovasculares. O método tem algumas limitações, como o fato de depender da lembrança dos participantes sobre os seus hábitos alimentares.
Outra limitação é a heterogeneidade dos participantes dos estudos, alega o cardiologista Raul Dias dos Santos, diretor do setor de lípides do InCor (Instituto do Coração), em SP.
Para o cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, a gordura saturada é somente um fator de risco entre vários. "Um só fator não representa mais risco", diz.
Na mesma linha, os autores da pesquisa também dizem que o peso do estilo de vida e da qualidade da alimentação é maior do que o consumo isolado de gorduras saturadas.
"A substituição da gordura saturada por mono ou poli-insaturada reduz o colesterol "ruim". No entanto, se essa gordura for substituída por consumo excessivo de carboidratos, especialmente dos refinados, poderá exacerbar dislipidemias aterogênicas [que causam placas nas artérias], com aumento de triglicerídeos e de LDL", acrescentam os pesquisadores.
Segundo Santos, há diversos estudos que demonstram que o excesso de gordura saturada eleva o colesterol sanguíneo e outros que mostram que o colesterol aumentado está relacionado a maior risco de problemas cardiovasculares.
"O estudo pode até colocar em dúvida se o consumo aumentaria o risco. Mas uma das maiores verdades na cardiologia é a relação entre o colesterol e o risco de desfechos cardiovasculares. O trabalho não muda as recomendações de ingerir essa gordura com parcimônia", afirma Santos.
A American Heart Association sugere que adultos não consumam mais que 7% de suas calorias na forma de gordura saturada -ou até 16 g para uma dieta de 2.000 calorias.
Fonte: Folha de S. Paulo - FSP


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Dieta pode evitar 60% dos casos de alguns tipos de câncer, diz Inca

Prevenção é maior em câncer de boca, esôfago, laringe e faringe. Instituto faz alerta contra obesidade no Dia Mundial do Câncer.
 
Do G1, no Rio

No Dia Mundial do Câncer, um alerta: o velho conselho de praticar atividade física aliada a uma alimentação saudável é responsável por prevenir até 60% de alguns tipos de câncer, como o de esôfago. Segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (4), pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), a obesidade é a grande vilã da doença no Brasil. 

De acordo com Fábio Gomes, coordenador na área de alimentação, nutrição e câncer do Inca, a pessoa obesa que se alimenta bem tem menos riscos de desenvolver um câncer do que a que se alimenta mal. Ele diz ainda que, para os não obesos o recado é o mesmo.

Segundo ele, a boa alimentação, por si só, é capaz de prevenir ou aumentar o risco de câncer. “Alimentos industrializados e embutidos têm conservantes e são fatores de risco para o câncer. Frutas, verduras e legumes têm fatores protetores”, disse Fábio Gomes, afirmando que o brasileiro come apenas um terço das frutas, verduras legumes recomendados. 

Dados do relatório
Nos casos de câncer de boca, faringe e laringe, o percentual de prevenção a partir do controle do peso chega a 63%. Os números revelam ainda que 41% dos tumores de estômago, 34% dos de pâncreas e 37% dos de intestino grosso também poderiam ser evitados. No total, 19% de todos os tipos da doença podem ser evitados se a gordura corporal estiver adequada.

Segundo o Inca, somente o controle do peso, sem a prática de atividade física, também é eficaz no controle de 12 tipos de câncer e pode evitar 13% dos casos. 

Fatores de prevenção 
O relatório, denominado ‘Políticas e Ações para a Prevenção do Câncer no Brasil, foi lançado em parceria com o Fundo Mundial de Pesquisa contra o Câncer (WCRF), uma ONG mundial, com sede em Londres. A publicação revela também que o consumo de água potável, o cuidado com a higiene e a conservação dos alimentos ajudam na prevenção.

Ainda de acordo com o Inca, hábitos como o sedentarismo e o consumo de alimentos industrializados devem ser evitados. O relatório diz também que em todo o mundo a população vem sofrendo acelerado processo de aumento de peso, obesidade e doenças crônicas, como as cardiovasculares e o câncer.  


Tabagismo também é citado como vilão 
“Se ninguém fumasse ou fosse exposto ao tabaco, aproximadamente um terço dos atuais casos de câncer seria prevenido”, diz um trecho da publicação, unindo o tabagismo à alimentação.

Em estudo divulgado pelo Inca em 2009, dos 375.420 casos da doença estimados para o Brasil para 2010 (excluindo-se os tumores de pele não-melanoma, que são tratados ambulatorialmente), 112.636 poderiam ser evitados se fosse banido o consumo de tabaco e 131.397 seriam evitáveis por meio de hábitos de alimentação saudável. Os dois hábitos combinados previnem 40% dos tumores.
Fonte:  GLOBO.com